Para que uma pesquisa seja identificada como ESTUDO DE CAMPO é preciso considerar os seguintes aspectos:
- Foco no problema de pesquisa;
- Visa muitas vezes explicar o porquê de algo ocorrer em uma realidade específica quando as variáveis tem causalidade;
- Quando tem relação de causa e efeito no problema, tem-se um caráter experimental. Torna-se uma pesquisa exploratória-explicativa, baseada na observação e coleta de dados, a partir da realização de testes para explicar o motivo de um fenômeno está impactando em outro;
- Muitas vezes pelo seu cunho de pesquisa explicativa, precisa apresentar uma relação causal entre as variáveis;
- Há uma relação direta de causa e efeito entre as variáveis da pesquisa, se uma variável sofrer algum tipo de alteração vai impactar diretamente na alteração da outra.
- Raramente pode ser usado em uma escala maior expandindo a delimitação.
- Usa grupo controle se for explicativa para testar hipótese e controle das variáveis.
As características do estudo de campo e de caso são similares, por isso deve ser estudado caso a caso. É muito difícil definir com base em regras qual tipo será. Vamos nos apegar no diferencial sendo o fato do estudo de caso poder ter uso em uma escala maior.
O estudo de campo tem como foco estudar um único grupo, baseando-se mais em observações do que em interrogações (GIL, 2008).
Exemplo de problema de pesquisa com base na relação causal:
De que forma o acompanhamento familiar influencia na aprendizagem dos alunos?
Quanto maior o acompanhamento familiar em um contexto de ensino-aprendizagem específico, maior o índice de aprendizagem dos alunos.
Para que uma pesquisa seja identificada como ESTUDO DE CASO é preciso analisar os seguintes pontos:
- Foco no problema de pesquisa;
- O estudo pode ser tomado como base para uma realidade mais ampla;
- O estudo de caso tem como direcionamento coletar, analisar e descrever os dados;
- Não há uma obrigatoriedade em estabelecer uma relação causal entre as variáveis. Nesse sentido, se uma variável sofrer algum tipo de alteração não quer dizer que vai impactar diretamente na alteração da outra;
Exemplo:
Quais os tipos de habilidade emocional auxiliam em melhor empregabilidade?
Não significa que se aumentar a habilidade emocional, vai aumentar a empregabilidade.
• A hipótese é opcional, justamente por não haver essa obrigação em estabelecer a relação causal entre as variáveis da pesquisa.
“O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados” (GIL, 2008, p. 57-58).
Observação:
Quando o problema de pesquisa quer explicar o porquê de algo e também tem relação causal forte, então a pesquisa é um estudo de campo exploratório-explicativo.
Se o estudo de campo não tem essa natureza de explicar o porquê de algo, pode ser classificado como estudo de campo exploratório-descritivo, então fica confuso distinguir se a pesquisa se classifica como estudo de campo ou estudo de caso.
• Para distinguir é preciso analisar se o estudo pode ser aplicado em âmbitos maiores.
Exemplo:
Vamos supor que você tem um método financeiro inovador X e quer aplicar na empresa Y de serviço da cidade Z.
Se funcionar na empresa Y, significa que vai funcionar em qualquer empresa de serviço de todo o Brasil.
O estudo pode ser aplicado na mesma situação, mas em uma amplitude maior.
Já o estudo de campo não permite essa ampliação.
Vamos pensar na seguinte situação como exemplo:
Você é um professor e deseja testar se a aplicação de um novo instrumento de ensino, como o xadrez, pode melhorar o desempenho nas notas da turma A, na escola B.
Nesse caso específico, se o xadrez ajudar no desempenho dos alunos na turma A da escola B, não necessariamente significa que vai ajudar no desempenho das notas dos alunos em qualquer outra turma e escola do Brasil.
• Outra dica é:
Quando o problema começar pelos termos “De que forma…”, “De que maneira…”, muitas vezes sai do comum “exploratória-descritiva” sendo um indício de pesquisa de campo exploratória-explicativa, pois há um desejo de entender o porquê de algum fenômeno.
Veja o problema abaixo:
Quais as quedas do ouro que influenciam nos índices de commodities na última década?
É descritivo porque visa descrever os momentos em que o ouro caiu ao longo de décadas.
Repare que mesmo existindo 2 variáveis no problema acima (queda do ouro e índice commodities), elas não têm uma causalidade (causa e efeito) evidente. A queda do ouro não é causa (sozinho) pela mudança do índice de commodities.
Veja esse outro problema:
De que forma o estudo do controle inflacionário através das taxas de juros impactou as quedas do ouro ao longo da última?
Observe que o problema acima não pretende descrever os momentos de queda do outro, mas sim, explicar porquê caiu. Quer explicar que o controle inflacionário é causa das quedas, mostrando uma evidente causalidade.
Basicamente quando é possível trocar o início da pergunta problema por “por que”, então, está mais para uma pesquisa de experimento, sendo explicativa.
Por que o aumento da taxa de juros impactou as quedas do ouro ao longo da última?
Por isso, quando um problema denotar a tentativa de pesquisar o “por que” as coisas aconteceram e for um estudo de campo, provavelmente terá relação causal entre as variáveis e será provável ser um estudo de campo do tipo exploratório-explicativo.
Se começar por termos que não promovem uma relação de interesse em entender o porquê de algo, tipo: “Como”, “Qual…”, “Quais…”, “Quando…”, pode ser que se trate de um estudo de campo exploratório-descritivo.
Exemplos de pesquisas descritivas:
- QUAIS FATORES DA estratégias pedagógicas em Salas de aulas INFLUENCIAM TDAH e autismo?
- COMO SÃO AS estratégias pedagógicas EM Salas de aulas QUE INFLUENCIAM TDAH e autismo?
-
QUAIS A(S) estratégias pedagógicas EM Salas de aulas QUE INFLUENCIAM Ensino Aprendizagem?
DE QUE FORMA O ESTUDO DO Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade BASEADO(A) EM estratégias pedagógicas AUXILIA lecionar aulas com estratégias?
Mesmo o problema acima começando com “de que forma”, não existe causalidade entre as variáveis, pois as estratégias pedagógicas não poderiam ser CAUSA e o EFEITO ser TDAH.